quarta-feira, 26 de março de 2014

Filhos são do mundo

TEXTO 01 – MARÇO/2014

Outro ano letivo se inicia e mais uma vez encaminhamos nossos filhos para a Vida. Sim! Porque quando os mandamos para a escola, os mandamos para a vida. E para que estejam preparados para entender as exigências que lhes serão impostas, precisamos deixá-los ir, um pouco de cada vez, aceitando que, apesar de amá-los tanto, eles não são nossos. Dessa forma, seja na infância ou adolescência, estaremos contribuindo diretamente para o desenvolvimento de sujeitos autônomos. Como poeticamente citou o escritor português José Saramago: “Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos.”

A partir de certa idade, só valem conselhos. Especialistas ensinam que só essa postura torna adulto aquele bebê que um dia a mãe levou na barriga. E a maioria dos pais acredita fazer isso, o que não nos impede de sofrer quando nossos filhos fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos, ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos. Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. 

Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como? Não é nosso? Recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus, digamos são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulhos, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos, e eles, não se esqueçam, são do mundo! Retorno para casa após a jornada de trabalho, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas um empréstimo! Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas “crias”, que, mesmo sendo “emprestadas”, são a maior parte de nós!”

Com isso, podemos refletir que a maior contribuição que podemos dar aos nossos filhos é educá-los para serem autônomos, tornando-os capazes de tomarem decisões quando for necessário e, considerando sempre, que todas as nossas escolhas influenciam em nossas vidas e no meio social em que vivemos. Compreendendo, que na medida em que “permitimos que vivam longe de nós”, amparados pelo resultado de todos os nossos investimentos físicos e emocionais, estamos lhes dando a oportunidade de construírem uma personalidade saudável e consciente. 

Desejamos um feliz 2014 a todos que acreditam que podem contribuir com a educação daqueles que são a melhor parte de vocês!

(Texto de Rosely Sayão adaptado pelo setor de Psicologia Escolar)

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